sábado, 15 de maio de 2021

AMAZÔNIA NOSSOS SELOS - Joaquim Marinho

A nossa publicação de hoje vai em homenagem ao nosso saudoso amigo, Joaquim Marinho, que nos deixou em 2019.

- AMAZÔNIA NOSSOS SELOS


Acervo de nosso associado Adriel França

Em 1974 foi lançado um livro intitulado, "Amazônia nosso selos: 1890-1950", de autoria de nosso saudoso amigo Joaquim Marinho. Este foi o primeiro trabalho produzido falando sobre os selos da região amazônica, dando muitíssimas informações retiradas em antigos boletins filatélicos de diversos países, pois Joaquim, mantinha um riquíssimo acervo bibliográfico sobre FILATELIA, estes infelizmente já não se encontram mais na cidade de Manaus, e estão espalhados por ai.

- O Clube no livro






Nesta abertura Marinho nos dá certos detalhes do fruto de suas pesquisas, além de claro, salientar a dificuldade que também teve para obter certas informações quanto a nossa própria história, e fica a pergunta, ainda temos essas dificuldades? Ou conseguimos melhorar?

Joaquim ao final do texto de abertura, cita o eterno presidente, Nelson Porto, e de fato, Nelson fora um grande soldado da filatelia amazonense, e para ilustrar a amizade que existia entre os dois, damos logo abaixo uma foto histórica do CFA.


- O livro

Ele fora impresso na sede da Imprensa Oficial do Amazonas, e possui um pouco mais de 160 páginas, contando com ilustrações de carimbos, e de um selo fiscal comemorativo de nosso Estado, e para premiar a comunidade filatélico o livro já se encontrada digitalizado e poderá ser consultado no site da FILABRAS.


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Uma organização nacional onde congrega virtualmente vários filatelistas brasileiros, e também estrangeiros, participe! Não possui mensalidade! Totalmente gratuito! Adentre você também no mundo da filatelia



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sábado, 8 de maio de 2021

A filatelia da FEB e os amazonenses na guerra/ DIA DA VITÓRIA - Pt. II

Damos continuidade a nossa publicação, comentando um pouco sobre um pedaço da história dos amazonenses na FEB e a sua relação com a filatelia. Nossa publicação hoje será em homenagem ao Dia da Vitória.

- SELO DOS 30 ANOS DO FIM DA SEGUNDA GUERRA - HOMENAGEM AOS PRACINHAS


Em 1975 os correios lançaram um selo em homenagem as pracinhas, e também comemorando os 30 anos do fim da Segunda Guerra Mundial

Este selo foi lançado em Manaus no dia 08 de maio de 1975, o conhecido "Dia da Vitória", com uma cerimônia presidida pelo nosso eterno presidente Nelson Porto, o qual, obliterou o selo juntamente com o presidente da Associação dos Ex-combatentes do Brasil seção do Amazonas, o cabo enfermeiro, Hilário Ferreira Pimentel, figura muito conhecida no centro da cidade, que nos anos do pós guerra, atuou durante muitos anos como funcionário da Escola Técnica do Amazonas.




Recorte do Jornal do Commercio em edição do dia 09 de maio anunciando a simples cerimônia que ocorreu, citando o então presidente da associação. Contou com a presença de alguns de nossos associados, marcando para a história a relação do CFA com os pracinhas

Hilário Ferreira Pimentel, em entrevista concedida ao Jornal do Commercio em 22 de fevereiro de 1973.

Seu Hilário era presidente da AECB-AM (Associação dos Ex-combatentes do Brasil - seção Amazonas), criada por volta de 1960, sendo então uma das primeiras associações que congregou os expedicionários brasileiros no pós guerra. A associação funcionou em vários lugares diferentes, e talvez, a ideia de criar a associação surgiu no "Salão Expedicionário", um salão de beleza de propriedade do sr. Calos Jovino Ribeiro, parente daquele viria a ser governador do estado, José Lindoso.  

- JAYME JOSÉ DE CARVALHO

O carioca Jayme José de Carvalho viveu em Manaus por 30 anos, de 1968 a 1998, mas sua história de vida começou bem antes. Jayme foi um herói de guerra, integrante da FEB (Força Expedicionária Brasileira) e, mesmo não tendo partido para a Itália junto a seus colegas amazonenses, seu nome consta no mural localizado na praça Duque de Caxias, em frente ao quartel do 1º BIS (Batalhão de Infantaria de Selva), no São Jorge -AM, junto com os nomes dos amazonenses que integraram a FEB. 

O menino teve uma infância difícil, com a família passando por dificuldades financeiras. Com 18 anos, o rapaz ingressou no Exército onde atuou como correeiro (pessoa responsável em fabricar peças de couro, correias e outros objetos) no 1° Regimento de Cavalaria Divisionária.
Em 6 de novembro de 1943, trabalhando como Guarda Civil, Jayme foi convocado para fazer parte da FEB, embarcando no 4º escalão, em 23 de novembro de 1944, a bordo do navio General Meiggs, sob o comando do Quando retornou da Itália, Jayme havia sido demitido da Guarda Civil e mesmo sendo um herói de guerra, teve que entrar na Justiça para ter seu emprego de volta.
Nossa associada Nerine Carvalho, com alguns itens de seu pai
Em 1968, como Policial Federal, foi transferido para São Luís, onde conheceu sua esposa, Maria Lúcia Alves de Carvalho, com quem se casou em abril daquele ano. Ainda em 1968, o ex-combatente foi transferido para Manaus e aqui teve sua única filha, Nerine de Carvalho. Na capital amazonense, Jayme fixou residência e nunca mais voltou ao Rio de Janeiro, falecendo aos 81 anos, em 17 de julho de 1998.

Quando da comemoração dos 70 anos do fim da Segunda Guerra, o 1º BIS, juntamente com a Prefeitura de Manaus, realizou a revitalização da praça Duque de Caxias, construindo um mural com o nome dos amazonenses que foram para a Itália, e o nome de Jayme também foi lembrado. Atualmente Nerine de Carvalho preserva a memória do pai com as relíquias que ele possuía: condecorações, fotografias e documentos da época da guerra, e se orgulha em dizer que é filha de um herói do Brasil.

- MONUMENTO AO SGT. MANOEL CHAGAS


Em 7 de maio de 1967 ocorreu a pré-inauguração da extinta praça "Sgt. Manoel Chagas". A praça que contava com um busto, foi feito ao que parece com contribuição dos próprios pracinhas. Mas quem foi Manoel Chagas?
Manoel Freitas Chagas foi um dos muitos filhos da terra do Amazonas que partiram para Itália afim de lutar contra nazi-fascismo que dominava a Europa, e lá, Manoel tombou, sendo morto pelos próprios alemães quando realizava uma patrulha no local em que estava. A praça ficava localizada, em uma área chamada seringal mirim, onde hoje existe uma sede da concessionaria de energia do estado.

A foto acima é inédita, faz parte do acervo de nosso associado Adriel França, a foto foi encontrada no acervo da Associação dos pracinhas cariocas, que foi gentilmente enviada para nosso associado, pesquisador da FEB.

SELO VITÓRIA DOS ALIADOS


Lançado no dia 18 de julho de 1945 a série ilustrada comemora o regresso à pátria da Força Expedicionária. Esta emissão foi impressa nas oficinas da Imprensa Nacional.




Envelopes confeccionados pelo Clube Filatélico do Brasil em homenagem a Força Expedicionária Brasileira e ao V° Exército Americano.

domingo, 2 de maio de 2021

PARA A HISTÓRIA DOS CORREIOS NO AMAZONAS - PT.1

- Reproduzimos abaixo o texto que foi retirado do fascículo "HISTÓRIA contemporânea 2" do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, publicado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos DR/AM no dia 22 de fevereiro de 1985.


- INTRODUÇÃO: 

Antiga sede dos Armazéns B. Levy & Cia

O presente estudo não pretende traçar a trajetória histórica do Correio Geral do Amazonas, mas apresentar informações sintetizadas, notadamente do setor postal, ordenadas e publicadas para propiciar uma visão do que tem sido tão importante empreendimento ao longo dos anos em nossa terra, exatamente quando a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos entrega A nossa comunidade, devidamente recuperado de recente sinistro, o prédio-sede regional que tem tradição na paisagem urbana de Manaus. 

Mostrando o passado mais remoto da empresa do Correio na região amazonense, fornecemos, ao mesmo tempo, os dados mais recentes deste serviço com os quais poderá o estudante, o professor, o leitor de modo geral, estabelecer uma comparação com o desenvolvimento de suas atividades.

Diga-se, a respeito deste importante setor de comunicação, que urge uma dedicação de pesquisadores para que seja traçado perfil mais completo, aprofundada a história de sua implantação e evolução em área tão complexa do país para este tipo de serviço, o que viria a somar-se a um esforço pessoal por nos já empreendido, quando escrevemos TELECOMUNICAÇÕES NO AMAZONAS" voltado naturalmente para as comunicações telegráficas e telefônicas.

Estas notas foram reunidas em tempo breve, por solicitação da Diretoria Regional da ECT, o que reafirma a preocupação da Empresa em não só recuperar o edifício-sede de sua administrado em nossa capital, mas também de levantar informações que compõem a história da instituição entre nos.

Robério Braga


- CORREIO NA PROVINCIA:

Selo comemorativo da Elevação do Amazonas a categoria de província

Antes mesmo da instalação da Província do Amazonas em janeiro de 1851, pelo politico paraense João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha, surgem as primeiras determinações oficiais para o funcionamento dos serviços do "Correio Geral", nesta região, através do aviso do Ministério do Império de 29 de setembro de 1851,que, "recomendava a organização da Repartição dos Correios".

Um dos primeiros aos do presidente Tenreiro Aranha, ao lado da organização da "Instrução Pública", foi a expedição da instrução datada de 6 de fevereiro de 1852,para o estabelecimento do Correio Marítimo, e de outras repartições, a ser efetivado entre a capital, as vilas, freguesias e povoados da Província, logo seguidas de instruções de 3 e 29 de março e de 8 de maio do mesmo ano. Estas últimas ficaram sem implementação pela falta de recursos alocados no orçamento provincial.

Do relatório do presidente (1852), primeiro documento oficial de autoridade local dando conta da administração pública, encontra-se o pensamento daquele homem público sobre o estabelecimento de tão importante serviço, quando declara:

"Para de pronto ocorrer-se, como se tem ocorrido, às necessidades do serviço público, um dos meus primeiros cuidados foi estabelecer quatro correios, que, de mês em mês, viessem de pontos limítrofes, percorrendo todos os intermédios, ate esta capital, com as cousas e pessoas que já tem vindo para diferentes aplicações, como se mostra nas ilustrações, que já tem sido, por aditamentos, acomodadas as conveniências e necessidades locais."

A primeira estatística conhecida, a partir de então, data de 5 de setembro de 1852, correspondente ao semestre anterior e e já demostrava o funcionamento razoável do Correio, pelo tráfego de correspondência (Jornais, cartas, ofícios), que chegaram a 1.233.000 recebidos e 645 expedidos na capital.
Na administração do 2° Vice-presidente, conselheiro Herculano Ferreira Penna, os Correios compunham-se de um administrador-tesoureiro; um ajudante contador; um praticante porteiro; um carteiro; com agências criadas nas vilas, menos em Silves e nas freguesias de Borba e Serpa. Pelas dificuldades financeiras, os coletores da Fazenda Pública no interior acumulavam também as funções de direção do posto de Correios, por pequena gratificação.

Por estas e outras injunções estruturais, apenas entre Manaus e Serpa (Itacoatiara), e Manaus e Vila Bela (Parintins), o movimento era regular e satisfatório. Para se ter uma noção mais próxima do movimento, da correspondência em relação ao quadro anterior, que inclui, ofícios, cartas seguras, cartas com selos francos, cartas de porte e jornais, veja-se as localidades que mais se relacionaram com Manaus:


Ao mesmo tempo, verifica-se que estavam regularmente ordenadas as linhas com outras províncias, especialmente o Pará e a sede do Império, com as quais a comunidade local, mantinha a correspondência mais intensa.
Se ainda a hoje a navegação pelos rios, lagos, paranás e furos da região amazônica, é de vital importância para a vida das populações ribeirinhas, muito mais ao tempo provincial, quando inteiramente, toda a relação entre a capital e aquelas populações dependia da navegação a vapor. O Correio mantinha as linhas fluviais, valendo-se das diversas concessões do governo para a exploração do comercio e da navegação.

sábado, 27 de março de 2021

A filatelia da FEB e os amazonenses na guerra - parte I

Durante a segunda guerra, todos os estados da federação contribuíram com o envio de seus contingentes para aturarem no front italiano, o Amazonas também fez a sua parte

- A FORÇA EXPEDCIONÁRIA BRASILEIRA

Selo C-209: Bandeira do Brasil com o símbolo da FEB, a cobra fumando.

Sabemos que um dos motivos para a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, foi o afundamento de vários navios mercantes brasileiros. 
Foram 35 navios atacados pelas forças do Eixo, e destes, 32 afundaram. O primeiro navio a ser atacado foi o navio Taubaté, em 22 de março de 1941, atacado no mar mediterrâneo próximo as costas do Egito. Recebeu forte ataque aéreo dos alemães. Em 28 de janeiro de 1942 o Brasil cortava suas relações diplomáticas com o Eixo, quando em 28 de agosto do mesmo ano o Brasil declarava o estado de beligerância com a Alemanha.

Após ocorrer a Conferencia de Potengi, em 1943, Getúlio Vargas e Franklin Roosevelt definiram os acordos para dar inicio a participação militar no conflito. Em agosto do mesmo ano Mascarenhas de Moraes aceita o convite para comandar a FEB. Após receber treinamento e ter se passado o "pente fino" nos soldados brasileiros, para selecionar os que estivessem aptos para entrar em combate, finalmente ocorreu o embarque das tropas, saindo do porto do Rio de Janeiro o 1° escalão da FEB, sendo composto por: 

  • Escalão Avançado do Quartel General da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (DIE);
  • Estado Maior da Infantaria Divisionária (ID) da 1ª DIE;
  • 6º Regimento de Infantaria (RI);
  • 4ª Cia. e 1º Pelotão de Morteiro do 11º RI;
  • II/1º Regimento de Obuses Auto-Rebocados (ROAuR);
  • 1ª Cia. do 9º Batalhão de Engenharia (BE);
  • 1/3 das Seções de Suprimento e de Manutenção do 9º BE;
  • 1º Pelotão do Esquadrão de Reconhecimento;
  • Seção de Exploração e elementos da Seção de Comando da 1ª Cia. de Transmissões;
  • 1ª Cia. de Evacuação, o Pelotão Tratamento e elementos da Seção de Comando, todos do 1º Batalhão de Saúde;
  • Cia. de Manutenção;
  • Pelotão de Polícia Militar;
  • Um pelotão de viaturas,
  • Uma Seção do Pelotão de Serviços e elementos da Seção de Comando da 1ª Cia. de Intendência;
  • Elementos da FEB anexos à 1ª DIE: o Correio Regulador, o Depósito de Intendência, a Pagadoria Fixa, correspondentes de guerra, elementos do Hospital Primário, Serviço de Justiça e Banco do Brasil.

- OS CONTIGENTES POR UNIDADE FEDERATIVA

Contribuição de cada estado para a FEB. Retirado do livro "A FEB pelo seu comandante" ed. 1960, acervo de AdrielFr.s

- OS AMAZONENSES NA FEB

selo C-1935 

A relação aqui exposta no que se refere aos números sobre o Amazonas não estão corretos. Estima-se que mais de 120 amazonenses partiram para o conflito, muitos partidos diretamente do porto de Manaus para o Rio de Janeiro, já outros, já se encontravam no Rio, como é o caso do 3°sgt post mortem Manoel Chagas, que estava servindo no Rio.
Os amazonenses embarcaram no navio americano General Meiggs e partiram em direção a Belém, entre setembro e outubro de 1944, sendo integrados entre o 3° e o 5° escalão.

- SYZENO SARMENTO - 1907-1983

Syzeno Sarmento é o primeiro da ponta direita ainda na Itália em 45- Fonte: FGV

Entre os mais de 25.000 soldados enviados ao front italiano, alguns amazonenses se destacaram entre tantos outros, como é o caso do major Syzeno Sarmento.
Syzeno era comandante do 2° batalhão do 1° Regimento de Infantaria, o conhecido Regimento Sampaio. A atuação de Syzeno juntava com outros dois batalhões foi decisiva para a conquista de Monte Castelo no dia 21 de fevereiro de 1945.

Após o retorno de Syzeno, o mesmo se tornou Interventor Federal no amazonas nomeado pelo general Eurico Gaspar Dutra. Comandou o 2°exercito em São Paulo além de ter chegado ao posto de general de exercito, morreu no Rio em 1983. Foi um dos responsáveis pela criação do DOI-CODI.

- JOAQUIM XAVIER DA SILVEIRA - 1923-2009

Xavier da Silveira


Nascido em Manaus no dia 6 de junho de 1923, alistou-se no exercito aos 18 anos, indo servir no extinto 27° Batalhão de Caçadores, atual 1°Batalhão de Infantaria de Selva (1°Bis). Em 1942 é transferido para o Rio de Janeiro onde onde foi servir no 1°Regimento de Infantaria. Embarcou para a Itália no dia 2 de setembro de 1944, sendo designado para servir no Pelotão de Transmissões da Companhia de Comando, que também era comandada por outro amazonense, o sr. Arnaldo Augusto da Matta, filho do ilustríssimo médico baiano Alfredo da Matta.
Joaquim era operador de rádio, atuava junto as forças de linha de ataque, acompanhando o avanço da tropa e garantindo a comunicação com os postos de comando.

No seu retorno ao Brasil assumiu diversos cargos administrativos  além de presidente empresas, atuou também como chefe do gabinete do Ministério do Trabalho e Previdência Social e foi o 1° presidente da Empresa Brasileira de Turismo entre 1967 e 1972. Deixou alguns trabalhos publicados no ramo do turismo e também sobre a FEB como é o caso de "Cruzes Brancas" e "A FEB por um soldado"



OBS: ESTA PUBLICAÇÃO SERÁ DIVIDA EM III PARTES, DEVIDO AO ALTO NÚMERO DE PEÇAS E INFORMAÇÕES PARA SEREM COMPARTILHADAS, AGUARDE!

FONTES: 
Catálogo de selos do Brasil 2016: Vol. II RHM 59°edição
Barone, João. 1942: O Brasil e sua guerra quase desconhecida/ João Barone.- 2.ed.- Rio de Janeiro:HarperCollins,2018.
Mascarenhas de Moraes, J.B: A FEB por seu comandante/ J.B Mascarenhas de Moraes. - 2.ed.-Rio de Janeiro: Estabelecimento General Gustavo Cordeiro de Farias, julho de 1960.
Jornal do Commercio/AM  ed.43.228- De herói de guerra a escritor. Adriel França; Autor do projeto "Guerreiros do Amazonas 


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terça-feira, 19 de janeiro de 2021

O CISNE BRANCO

 A Marinha do Brasil possui em seu arsenal um belo navio veleiro denominado Cisne Branco. Este veleiro é uma espécie de navio cultural, construído nos moldes dos antigos clipper’s do século XIX.

- O CISNE BRANCO


O Cisne Branco tem a missão de representar o Brasil em eventos náuticos por todo o mundo. Como peça cultural o veleiro preserva a tradição marítima dos séculos passados e que foram sendo passadas de geração em geração. Encomendado pelo governo brasileiro para as comemorações dos 500 anos do descobrimento, o Cisne Branco foi construído pelo estaleiro “Damen Shipyard” nos Países Baixos. Percorreu o mesmo caminho que Pedro Alvares Cabral e partiu de Lisboa no mesmo dia que a esquadra do descobridor, 9 de março.

É o terceiro veleiro da marinha que recebe este nome. O nome é derivado do apelido que o Navio-Escola Benjamin Constant recebeu de sua tripulação por seu constado ser branco. Após ter dado baixa do serviço ativo, o outro navio ganhou o apelido, o Navio-escola Saldanha da Gama, e após este, o também navio-escola Guanabara. Tanto o Saldanha quanto o Benjamin eram armados a galera com gáveas militares.

Gávea: Plataforma ou tabuleiro assentado em uma roda de tábuas no alto dos mastros de um navio e que serve para diversos fins. Vela quadrada que ocupa o lugar imediatamente superior à vela grande

- CANÇÃO DO MARINHEIRO


Quem é amante de militaria com certeza deve apreciar o hino da Marinha, que também é chamado de Cisne Branco. Este dobrado militar composto lá no início do século XX, por volta de 1910, teve sua melodia criada por Antônio Manoel do Espírito Santo, e sua letra foi criada pelo sargento do exército Benedito Xavier de Macedo.

Este belo dobrado em sua letra diz o seguinte verso... “Linda galera que em noite apagada, vai navegando num mar imenso, nos traz saudades da terra amada da pátria minha que tanto penso [...]”

Este verso faz referência ao próprio Benjamin Constant, que tinha as suas galeras e também faz alusão às suas viagens que fez pelo mundo. A letra da canção do marinheiro, sempre faz referência a beleza do cisne e sua graciosidade quando está em alto mar. Sempre falando da saudade que sua tripulação sentia da “terra amada” ao partir.  


- O CANTO DO CISNE

Possível fotografia de A. Manoel do Espírito Santo

Antônio Manoel do Espírito Santo, o compositor da melodia da canção do marinheiro faleceu em 1913, com apenas 28 anos. Creio que por volta dos seus 15, 18 anos de idade compôs a melodia do amado Cisne Branco. Um rapaz jovem que partiu tão cedo deste plano, tem mais de 100 músicas com a sua assinatura, sendo que sua mais conhecida é o hino da Marinha, e também o dobrado 220, o famoso Avante Camaradas.

 

"Canto do cisne" é uma referência a uma antiga crença de que o cisne-branco (Cygnus olor) é completamente mudo durante toda a sua vida, mas pode cantar uma bela e triste canção imediatamente antes de morrerTalvez isso seja referenciado no hino da Marinha, e o autor quisesse passar essa mensagem. Manoel do Espírito Santo, faleceu cedo, deixando para trás talvez a mais bela e promissora carreira que nunca pode ter, tendo sido o dobrado Cisne Branco, o seu “canto do cisne”.    


- O SELO

Série navios 11.06.2001

Nas comemorações do V° centenário do descobrimento, forma feitos uma série de eventos por todo o país, claramente os correios também fizeram suas comemorações. Foi lançando uma série de selos em alusão ao descobrimento do Brasil, também como já se sabia o próprio navio veleiro também era uma peça da comemoração, em alusão a isso, os correios lançaram no dia 11 de junho de 2000 o selo do Navio Veleiro cisne branco.

Lançamento especial, pois foi no mesmo dia que se é comemorado o "Dia da Marinha", a sua data magna. O dia 11 de junho faz alusão a Batalha Naval do Riachuelo, ocorrida em 11 de junho de 1865. Um confronto importantíssimo para os rumos da Guerra do Paraguai (1864-1870)

- HINO DA MARINHA


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quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Filatelia para novos tempos

 Em julho de 2019 os nossos mais jovens associados concederam uma entrevista para o Jornal do Commercio. Vale ressaltar que, o JC é o mais antigo jornal amazonense ainda em circulação e um dos mais antigos do Brasil. O JC completou 117 anos no dia 2 de janeiro, esperamos ansiosos para os 120 anos, será digno de um selo. 

- Filatelia para novos tempos:


Evaldo Ferreira foi o jornalista que entrevistou os jovens acima. Salientamos que o CFA desde sua fundação recebe apoio direto e indireto do Jornal do Commercio que sempre libera espaço para matérias, textos e notas sobre nosso clube. Lembramos também que nosso primeiro presidente, Nelson Porto, escreveu por mais de 30 anos no mesmo jornal a sua "Coluna Filatélica".

- O selo nas escolas:

Imagem retirada de uma antiga edição da revista COFI (Correio Filatélico) que atualmente circula apenas digitalmente.



- Exposição filatélica e numismática Brasil 200:

Da esquerda para direita; Prof. Renato (história) Dr. Antônio Loureiro (membro do CFA) Luiz Rossetti (Membro do CFA) Jorge Bargas (Ex-presidente do Clube) Nati Cruz (representante dos Correios)
Adriel França (membro do CFA)

Nos dias 12 e 13 de setembro de 2019, ocorreu nas dependências do CMPM V (Colégio da Polícia Militar V, Manaus/AM) a exposição filatélica e numismática "Brasil 200" organizada por Adriel França e Luiz Rossetti, ambos membros do CFA. A exposição recebeu este nome pois girava entorno dos 200 anos de independência do Brasil e que deveria ter ocorrido também em 2020, porém não foi possível em razão da pandemia. De forma amadora porém organizada com bastante carinho a exposição contou com peças dos rapazes e de outro amigo que também ajudou, Juan Carlo (hoje, membro do CFA).
Foram escolhidos selos e peças filatélicas que retratassem a história do Brasil como país independente. Contou também com uma sessão apenas selos estrangeiros e moedas e cédulas de outros países para aumentar o valor da exposição, e também um espaço para a exposição de telas e quadros da aluna Ana Carolina, uma jovem artista. Dos países que ali estavam sendo representados por algum peça, estavam, Rússia, EUA, México, Alemanha, França, Espanha e outros. 


Aprovada em 5 de junho pela diretoria da escola, a exposição saiu apenas em setembro devido a problemas com a própria instituição. Por luta e vontade do professor Renato da matéria de história a exposição finalmente saiu. Dr. Loureiro levou exemplares de seu livro sobre os selos da Amazônia para presentear os presentes na exposição, o presidente do Clube deu um breve palestra sobre o colecionismo, e Nati Cruz falou sobre a importância dos Correios para o Brasil e mundo. O valor da mesma foi altíssimo, pois despertou interesse de outros jovens para o colecionismo de selos e de também outros materiais. Exposições e amostras em escolas atualmente é uma das formas de atrair novos AJUNTADORES DE DE SELOS para depois se tornarem FILATELISTAS. O CFA vem discutindo a possibilidade de aumentar a quantidade de exposições em colégios da cidade de Manaus, primeiro entorno do próprio clube  e depois aumentando os horizontes indo mais além dentro da cidade, e deixem-nos sonhar, quem sabe fora da capital indo para o interior.

Algumas das peças que foram expostas

Esperamos que em 2021 possamos reproduzir o sucesso que foi a Brasil 200 na sua primeira "edição"

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sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

169 anos da inauguração da Província do Amazonas

Feliz ano novo! Dando início as publicações de nosso blog deste ano, publicamos logo abaixo, o texto produzido por nosso associado, Adriel França, em alusão a comemoração da data de hoje. Primeiro falaremos dos antecedentes com trecho do livro "O Amazonas na época Imperial" de nosso sócio, Dr. Antônio Loureiro, e logo mais, o texto de Adriel França.

-Antecedentes:


Pela lei nº 582 de 5 de setembro de 1850, proposta pelo deputado, João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha e levada ao Imperador, para sanção, pelo primeiro ministro José da Costa Carvalho, marquês de Monte Alegre, a Comarca do Alto Amazonas foi elevada a categoria de Província, tendo por limites e extensão os mesmos da antiga Comarca do Rio Negro. A capital seria a cidade de Nossa Senhora Conceição da Barra do Rio Negro, erroneamente denominada de vila da Barra do  Rio Negro, naquele documento, pois já recebera a graduação de cidade desde 1848. A nova unidade daria um senador e um deputado à Assembleia Geral, e a sua Assembleia Legislativa teria vinte membros [...]

Seu primeiro presidente foi João Batista F. Tenreiro Aranha, nomeado por carta imperial de 7 de junho de 1851[..]

A Província foi instalada em 1° de janeiro de 1852, após a posse de seu Presidente, e dos cinco vice-presidente e dos novos funcionários, com as festas de praxe e dois atos religiosos, o de ação de graças, na capela do seminário, e o Te Deum Laudamus, na Igreja dos Remédios, pois a velha matriz incendiara-se em 1850.


trecho retirado do livro: O Amazonas na época Imperial de nosso

associado, Dr. Antônio Loureiro

- Uma data esquecida:


Por Adriel França; Autor do projeto "Guerreiros do Amazonas"
Jornal do Commercio edição de 04/01/2020

Uma data importante para o Amazonas, mas nunca comemorada devido às festas pela chegada do novo ano é o 1º de janeiro. Numa sessão especial, em 1852, num casarão na rua da Instalação (a rua recebeu este nome em homenagem ao ato histórico que ali ocorreu) o paraense João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha instalou a província do Amazonas. Na ocasião, Tenreiro Aranha tomou posse como o primeiro presidente (hoje governador) da província (hoje estado) junto com seus cinco vice-presidentes, além de outros funcionários que iriam compor o corpo administrativo.

Seis meses antes, em 7 de junho de 1851, D. Pedro II assinara a carta de nomeação de Tenreiro Aranha e, nove meses antes, a província do Amazonas fora criada pelo decreto imperial n° 582, de 5 de setembro de 1850, esta data sim, comemorada até os dias de hoje. O paraense foi defensor árduo da criação da província amazonense, estando envolvido nos atos revolucionários de 1832, que tentaram por um momento criar a província do Rio Negro, mas sem sucesso.

Tenreiro Aranha saiu de Belém a 10 de dezembro de 1851, chegando a então cidade de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro, hoje Manaus, no dia 27. Veio com sua comitiva a bordo do navio Guapiaçu, o mesmo que, em 28 de julho de 1843, inaugurou a navegação a vapor nos rios do Amazonas, com o trajeto Belém-Manaus.

Tenreiro era um visionário. É de sua autoria a “Planta da Cidade de Manaós”, que mostra com detalhes a geografia de nossa cidade naquela época, mapa este que está guardado no Arquivo Nacional, doado pelo seu filho Bento Aranha. Como uma das medidas para impulsionar o desenvolvimento da região, Aranha elaborou um projeto que deu origem à lei que estabelecia a navegação a vapor no Amazonas, abrindo o comércio da província para outros países.

O presidente teve de lutar contra os senhores do comércio. Tentou implantar a pecuária, estabelecer a lavoura do café, cacau, algodão e outros. Incentivou a imprensa com a criação do primeiro jornal amazonense, o ‘Cinco de Setembro’, usando o jornal como veículo para as notícias e assuntos do governo provincial. Augusto Aguiar, presidente da província do Pará, teria dito a Tenreiro, “atente bem às minhas recomendações especiais uma vez que será preciso fazer-se de tudo, pois pouco há nessa região, ou quase nada”.

Tenreiro Aranha exerceu o cargo de presidente por poucos meses, de 1º de janeiro de 1852 a 27 de junho do mesmo ano, tempo insuficiente para aplicar as grandes mudanças que pensara e planejara para a nova província, mas deixou um ideal plantado, para que seus sucessores pudessem fazer com que a província e depois Estado do Amazonas prosperasse. Aranha teve uma trágica morte, em Belém, vitimado por um incêndio que consumiu o lugar onde repousava, isso no ano de 1861, mas seu nome, seus feitos e seu ideal não serão esquecidos na terra pela qual lutou, estando eternizado no monumento em sua homenagem na praça 5 de Setembro, popularmente conhecida como praça da Saudade.



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