terça-feira, 19 de janeiro de 2021

O CISNE BRANCO

 A Marinha do Brasil possui em seu arsenal um belo navio veleiro denominado Cisne Branco. Este veleiro é uma espécie de navio cultural, construído nos moldes dos antigos clipper’s do século XIX.

- O CISNE BRANCO


O Cisne Branco tem a missão de representar o Brasil em eventos náuticos por todo o mundo. Como peça cultural o veleiro preserva a tradição marítima dos séculos passados e que foram sendo passadas de geração em geração. Encomendado pelo governo brasileiro para as comemorações dos 500 anos do descobrimento, o Cisne Branco foi construído pelo estaleiro “Damen Shipyard” nos Países Baixos. Percorreu o mesmo caminho que Pedro Alvares Cabral e partiu de Lisboa no mesmo dia que a esquadra do descobridor, 9 de março.

É o terceiro veleiro da marinha que recebe este nome. O nome é derivado do apelido que o Navio-Escola Benjamin Constant recebeu de sua tripulação por seu constado ser branco. Após ter dado baixa do serviço ativo, o outro navio ganhou o apelido, o Navio-escola Saldanha da Gama, e após este, o também navio-escola Guanabara. Tanto o Saldanha quanto o Benjamin eram armados a galera com gáveas militares.

Gávea: Plataforma ou tabuleiro assentado em uma roda de tábuas no alto dos mastros de um navio e que serve para diversos fins. Vela quadrada que ocupa o lugar imediatamente superior à vela grande

- CANÇÃO DO MARINHEIRO


Quem é amante de militaria com certeza deve apreciar o hino da Marinha, que também é chamado de Cisne Branco. Este dobrado militar composto lá no início do século XX, por volta de 1910, teve sua melodia criada por Antônio Manoel do Espírito Santo, e sua letra foi criada pelo sargento do exército Benedito Xavier de Macedo.

Este belo dobrado em sua letra diz o seguinte verso... “Linda galera que em noite apagada, vai navegando num mar imenso, nos traz saudades da terra amada da pátria minha que tanto penso [...]”

Este verso faz referência ao próprio Benjamin Constant, que tinha as suas galeras e também faz alusão às suas viagens que fez pelo mundo. A letra da canção do marinheiro, sempre faz referência a beleza do cisne e sua graciosidade quando está em alto mar. Sempre falando da saudade que sua tripulação sentia da “terra amada” ao partir.  


- O CANTO DO CISNE

Possível fotografia de A. Manoel do Espírito Santo

Antônio Manoel do Espírito Santo, o compositor da melodia da canção do marinheiro faleceu em 1913, com apenas 28 anos. Creio que por volta dos seus 15, 18 anos de idade compôs a melodia do amado Cisne Branco. Um rapaz jovem que partiu tão cedo deste plano, tem mais de 100 músicas com a sua assinatura, sendo que sua mais conhecida é o hino da Marinha, e também o dobrado 220, o famoso Avante Camaradas.

 

"Canto do cisne" é uma referência a uma antiga crença de que o cisne-branco (Cygnus olor) é completamente mudo durante toda a sua vida, mas pode cantar uma bela e triste canção imediatamente antes de morrerTalvez isso seja referenciado no hino da Marinha, e o autor quisesse passar essa mensagem. Manoel do Espírito Santo, faleceu cedo, deixando para trás talvez a mais bela e promissora carreira que nunca pode ter, tendo sido o dobrado Cisne Branco, o seu “canto do cisne”.    


- O SELO

Série navios 11.06.2001

Nas comemorações do V° centenário do descobrimento, forma feitos uma série de eventos por todo o país, claramente os correios também fizeram suas comemorações. Foi lançando uma série de selos em alusão ao descobrimento do Brasil, também como já se sabia o próprio navio veleiro também era uma peça da comemoração, em alusão a isso, os correios lançaram no dia 11 de junho de 2000 o selo do Navio Veleiro cisne branco.

Lançamento especial, pois foi no mesmo dia que se é comemorado o "Dia da Marinha", a sua data magna. O dia 11 de junho faz alusão a Batalha Naval do Riachuelo, ocorrida em 11 de junho de 1865. Um confronto importantíssimo para os rumos da Guerra do Paraguai (1864-1870)

- HINO DA MARINHA


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Um comentário:

  1. Excelente matéria, trazer de volta a história do seu jovem compositor! Parabéns ao Clube Filatélico do Amazonas!

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