sábado, 27 de março de 2021

A filatelia da FEB e os amazonenses na guerra - parte I

Durante a segunda guerra, todos os estados da federação contribuíram com o envio de seus contingentes para aturarem no front italiano, o Amazonas também fez a sua parte

- A FORÇA EXPEDCIONÁRIA BRASILEIRA

Selo C-209: Bandeira do Brasil com o símbolo da FEB, a cobra fumando.

Sabemos que um dos motivos para a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, foi o afundamento de vários navios mercantes brasileiros. 
Foram 35 navios atacados pelas forças do Eixo, e destes, 32 afundaram. O primeiro navio a ser atacado foi o navio Taubaté, em 22 de março de 1941, atacado no mar mediterrâneo próximo as costas do Egito. Recebeu forte ataque aéreo dos alemães. Em 28 de janeiro de 1942 o Brasil cortava suas relações diplomáticas com o Eixo, quando em 28 de agosto do mesmo ano o Brasil declarava o estado de beligerância com a Alemanha.

Após ocorrer a Conferencia de Potengi, em 1943, Getúlio Vargas e Franklin Roosevelt definiram os acordos para dar inicio a participação militar no conflito. Em agosto do mesmo ano Mascarenhas de Moraes aceita o convite para comandar a FEB. Após receber treinamento e ter se passado o "pente fino" nos soldados brasileiros, para selecionar os que estivessem aptos para entrar em combate, finalmente ocorreu o embarque das tropas, saindo do porto do Rio de Janeiro o 1° escalão da FEB, sendo composto por: 

  • Escalão Avançado do Quartel General da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (DIE);
  • Estado Maior da Infantaria Divisionária (ID) da 1ª DIE;
  • 6º Regimento de Infantaria (RI);
  • 4ª Cia. e 1º Pelotão de Morteiro do 11º RI;
  • II/1º Regimento de Obuses Auto-Rebocados (ROAuR);
  • 1ª Cia. do 9º Batalhão de Engenharia (BE);
  • 1/3 das Seções de Suprimento e de Manutenção do 9º BE;
  • 1º Pelotão do Esquadrão de Reconhecimento;
  • Seção de Exploração e elementos da Seção de Comando da 1ª Cia. de Transmissões;
  • 1ª Cia. de Evacuação, o Pelotão Tratamento e elementos da Seção de Comando, todos do 1º Batalhão de Saúde;
  • Cia. de Manutenção;
  • Pelotão de Polícia Militar;
  • Um pelotão de viaturas,
  • Uma Seção do Pelotão de Serviços e elementos da Seção de Comando da 1ª Cia. de Intendência;
  • Elementos da FEB anexos à 1ª DIE: o Correio Regulador, o Depósito de Intendência, a Pagadoria Fixa, correspondentes de guerra, elementos do Hospital Primário, Serviço de Justiça e Banco do Brasil.

- OS CONTIGENTES POR UNIDADE FEDERATIVA

Contribuição de cada estado para a FEB. Retirado do livro "A FEB pelo seu comandante" ed. 1960, acervo de AdrielFr.s

- OS AMAZONENSES NA FEB

selo C-1935 

A relação aqui exposta no que se refere aos números sobre o Amazonas não estão corretos. Estima-se que mais de 120 amazonenses partiram para o conflito, muitos partidos diretamente do porto de Manaus para o Rio de Janeiro, já outros, já se encontravam no Rio, como é o caso do 3°sgt post mortem Manoel Chagas, que estava servindo no Rio.
Os amazonenses embarcaram no navio americano General Meiggs e partiram em direção a Belém, entre setembro e outubro de 1944, sendo integrados entre o 3° e o 5° escalão.

- SYZENO SARMENTO - 1907-1983

Syzeno Sarmento é o primeiro da ponta direita ainda na Itália em 45- Fonte: FGV

Entre os mais de 25.000 soldados enviados ao front italiano, alguns amazonenses se destacaram entre tantos outros, como é o caso do major Syzeno Sarmento.
Syzeno era comandante do 2° batalhão do 1° Regimento de Infantaria, o conhecido Regimento Sampaio. A atuação de Syzeno juntava com outros dois batalhões foi decisiva para a conquista de Monte Castelo no dia 21 de fevereiro de 1945.

Após o retorno de Syzeno, o mesmo se tornou Interventor Federal no amazonas nomeado pelo general Eurico Gaspar Dutra. Comandou o 2°exercito em São Paulo além de ter chegado ao posto de general de exercito, morreu no Rio em 1983. Foi um dos responsáveis pela criação do DOI-CODI.

- JOAQUIM XAVIER DA SILVEIRA - 1923-2009

Xavier da Silveira


Nascido em Manaus no dia 6 de junho de 1923, alistou-se no exercito aos 18 anos, indo servir no extinto 27° Batalhão de Caçadores, atual 1°Batalhão de Infantaria de Selva (1°Bis). Em 1942 é transferido para o Rio de Janeiro onde onde foi servir no 1°Regimento de Infantaria. Embarcou para a Itália no dia 2 de setembro de 1944, sendo designado para servir no Pelotão de Transmissões da Companhia de Comando, que também era comandada por outro amazonense, o sr. Arnaldo Augusto da Matta, filho do ilustríssimo médico baiano Alfredo da Matta.
Joaquim era operador de rádio, atuava junto as forças de linha de ataque, acompanhando o avanço da tropa e garantindo a comunicação com os postos de comando.

No seu retorno ao Brasil assumiu diversos cargos administrativos  além de presidente empresas, atuou também como chefe do gabinete do Ministério do Trabalho e Previdência Social e foi o 1° presidente da Empresa Brasileira de Turismo entre 1967 e 1972. Deixou alguns trabalhos publicados no ramo do turismo e também sobre a FEB como é o caso de "Cruzes Brancas" e "A FEB por um soldado"



OBS: ESTA PUBLICAÇÃO SERÁ DIVIDA EM III PARTES, DEVIDO AO ALTO NÚMERO DE PEÇAS E INFORMAÇÕES PARA SEREM COMPARTILHADAS, AGUARDE!

FONTES: 
Catálogo de selos do Brasil 2016: Vol. II RHM 59°edição
Barone, João. 1942: O Brasil e sua guerra quase desconhecida/ João Barone.- 2.ed.- Rio de Janeiro:HarperCollins,2018.
Mascarenhas de Moraes, J.B: A FEB por seu comandante/ J.B Mascarenhas de Moraes. - 2.ed.-Rio de Janeiro: Estabelecimento General Gustavo Cordeiro de Farias, julho de 1960.
Jornal do Commercio/AM  ed.43.228- De herói de guerra a escritor. Adriel França; Autor do projeto "Guerreiros do Amazonas 


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CEP: 69019-970
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