-Os abolicionistas precursores: Ceará e Amazonas
Nos dias 25 de março e 10 de julho de 1884, o Ceará e o Amazonas comemoram respectivamente o centenário da abolição da escravidão em seus territórios. As duas unidades federadas anteciparam-se, por quatro anos, ao ato de 13 de maio de 1888, que emancipava o escravo brasileiro.
O movimento começara, no Amazonas a 6 demarco de 1879, quando foram criadas a Sociedade Emancipadora Amazonense, seguida da Sociedade Libertadora, da Sociedade Amazonense Libertadora, do Clube Escolar Abolicionista, da Cruzada Libertadora da Escola Normal e de outras entidades, como o jornal O Abolicionista, de 4 de maio de 1884, todos voltados para a libertação do elemento negro. Participaram da campanha, além do povo em geral, os estudantes, a maçonaria que teve destacado papel e mesmo presidentes provinciais como: Sátyro de Oliveira Dias, abolicionista desde 1869, quando tomou parte da inauguração da Libertadora Baiana Sete de Setembro; José Lustosa da Cunha Paranaguá. presidente da Sociedade Libertadora de 1882, e Theodureto Carlos de Faria Souto.
No Ceará, a primeira libertadora surgiu em Baturité, a 25 de maio de 1870, instalando-se a seguir, a 25 de junho, a Sociedade Emancipadora Sobralense. Prosseguiram a luta a Perseverança e Porvir e a Cearense Libertadora, e, iniciou-se, a 30 e agosto de 1881, um movimento para impedir o embarque espúrio de escravos de Fortaleza, vendidos para o sul. A ideia surgiu de Pedro Arthur de Vasconcelos e os abolicionistas conseguiram a adesão dos jangadeiros de Frederico José do Nascimento, o Dragão do Mar, dos quais dependia o transporte de terra para os navios, pois esses ficavam ao largo, pela falta de um porto naquela cidade. Em terras cearenses a libertação começou em Acarape, primeiro município brasileiro a alforriar seus escravos, a 1° de janeiro de 1883, seguido de Pacatuba, São Francisco (Itapagé), Aracoiaba, Baturité, Aquiraz, Icó e Maranguape. Fortaleza festejou sua data a 24 de maio de 1883. Finalmente em 25 de março de 1884, o presidente Sátyro Dias, médico, baiano, na Praça Castro Carreira, diante de uma multidão declarava "A Província do Ceará não possui mais escravos". O seu número que era de 19.000 , em 1883, caíra para apenas 3 ou 5 mil, naquela data, expressando a generalização da ideia , e feita sem indenizações.
Theodureto Souto |
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