terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Selo: Centenário dos Abolicionistas Precursorres

O edital dessa emissão recebeu o n°5/1984, com carimbos de circulação de primeiro dia datados de 25/03/1984, em Manaus e Fortaleza, o que conflita com a data de emissão constante de alguns catálogos. Esse edital foi escrito pelo historiador amazonense Antônio Loureiro e o transcrevemos integralmente abaixo:  

-Os abolicionistas precursores: Ceará e Amazonas

Nos dias 25 de março e 10 de julho de 1884, o Ceará e o Amazonas comemoram respectivamente o centenário da abolição da escravidão em seus territórios. As duas unidades federadas anteciparam-se, por quatro anos, ao ato de 13 de maio de 1888, que emancipava o escravo brasileiro.

O movimento começara, no Amazonas a 6 demarco de 1879, quando foram criadas a Sociedade Emancipadora Amazonense, seguida da Sociedade Libertadora, da Sociedade Amazonense Libertadora, do Clube Escolar Abolicionista, da Cruzada Libertadora da Escola Normal e de outras entidades, como o jornal O Abolicionista, de 4 de maio de 1884, todos voltados para a libertação do elemento negro. Participaram da campanha, além do povo em geral, os estudantes, a maçonaria que teve destacado papel e mesmo presidentes provinciais como: Sátyro de Oliveira Dias, abolicionista desde 1869, quando tomou parte da inauguração da Libertadora Baiana  Sete de Setembro; José Lustosa da Cunha Paranaguá. presidente da Sociedade Libertadora de 1882, e Theodureto Carlos de Faria Souto.

No Ceará, a primeira libertadora surgiu em Baturité, a 25 de maio de 1870, instalando-se a seguir, a 25 de junho, a Sociedade Emancipadora Sobralense. Prosseguiram a luta  a Perseverança e Porvir e a Cearense Libertadora, e, iniciou-se, a 30 e agosto de 1881, um movimento para impedir o embarque espúrio de escravos de Fortaleza, vendidos para o sul. A ideia surgiu de Pedro Arthur de Vasconcelos e os abolicionistas conseguiram a adesão dos jangadeiros de Frederico José do Nascimento, o Dragão do Mar, dos quais dependia o transporte de terra para os navios, pois esses ficavam ao largo, pela falta de um porto naquela cidade. Em terras cearenses a libertação começou em Acarape, primeiro município brasileiro a alforriar seus escravos, a 1° de janeiro de 1883, seguido de Pacatuba, São Francisco (Itapagé), Aracoiaba, Baturité, Aquiraz, Icó e Maranguape. Fortaleza festejou sua data a 24 de maio de 1883. Finalmente em 25 de março de 1884, o presidente Sátyro Dias, médico, baiano, na Praça Castro Carreira, diante de uma multidão declarava "A Província do Ceará não possui mais escravos". O seu número que era de 19.000 , em 1883, caíra para apenas 3 ou 5 mil, naquela data, expressando a generalização da ideia , e feita sem indenizações.

Theodureto Souto
No Amazonas, a 24 de maio de 1884, Manaus declara livre todos os seus escravos, e a 10 de julho do mesmo ano, o presidente Teodureto Carlos de Faria Souto declarava: "A Província está redimida". Havia a impossibilidade da entrada de novos  escravos, na província, face as leis impeditivas do tráfico interprovincial. Cerca de uns 1.500 negros amazonenses tornavam-se homens livres. 25 de março e 10 de julho  de 1884 são datas quase esquecidas, que devem ser sempre relembradas por embora além das suas libertações feitas por vontade de seus proprietários, ou por indenizações feitas mediante quantias levadas, pela população, grande parte delas foi realizada mediante indenização pelos cofres públicos da  província.










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