sábado, 17 de outubro de 2020

SELO COMEMORATIVO – 4º CENTENÁRIO DO DESCOBRIMENTO DO RIO AMAZONAS

Em nosso quadro de associados figura nosso ilustre amigo, Dr. Antônio José Souto Loureiro, referência em história da região amazônica. Membro da Academia Amazonense de Letras, do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas além de outras instituições acadêmicas e de alto valor intelectual. É nosso mais antigo associado estando presente em nossas reuniões desde a década de 70.

Segue abaixo o texto retirado de seu livro, O Livro dos Selos da Amazônia brasileira (2016).



COMEMORATIVO Nº178: 4º CENTENÁRIO DO DESCOBRIMENTO DO RIO AMAZONAS (1542-1943) – EMISSÃO DE 19/03/1943
Foi o primeiro selo comemorativo brasileiro usando o novo sistema monetário denominado de Cruzeiro, sendo emitido a 19 de março de 1943, no valor de Cr$ 0,40 (quarenta centavos). Trouxe o mapa da região Amazônica, com a Bacia do rio Amazonas e seus principais afluentes, sendo na cor ocre.
Em 1539, o Peru ainda não se encontrava sob o domínio da Coroa Espanhola e Francisco Pizarro era senhor absoluto do Império Inca. O País da Canela, rico desta especiaria, localizado além dos Andes convidava-o a novas aventuras.
As idéias de sua conquista levaram-no a ordenar o aprestamento de uma expedição em Cuzco, confiada a seu irmão Gonçalo Pizarro. Ali duzentos homens foram recrutados e noventa mil cruzados dispendidos em preparativos à realização da empreitada.
No Natal de 1539, já em Quito, contando com a ajuda do governador Pedro de Puelles, Gonçalo conseguiu formar uma tropa de 340 espanhóis, 4.000 indios e 150 cavalos, com a qual partiu rumo ao Oriente desconhecido. Em Guayaquil, de que fora um dos fundadores, ainda se encontrava Francisco Orellana, espanhol de Trujillo, nascido em 1511 e aparentado dos Pizarro. Um ano após a partida de Gonçalo foi encontrá-lo às margens do Zimaco, acompanhado de 23 soldados. A marcha prosseguiu e, ao atingirem o rio Coca, foi providenciada a construção de um bergantim e de quatro canoas. Ali foram informados da existência, mais abaixo, de terras povoadas, ricas em ouro e mantimentos, que já escasseavam. Embarcados no bergantim e sob o comando de Orellana, foram destacados cinquenta homens armados para conquistar a região do rio Napo, onde deveriam estabelecer uma guarnição e retornar para buscar os restantes. 
 
FRANCISCO ORELLANA DESCE 
O AMAZONAS

Era o dia 2 de fevereiro do ano de 1542.
Chegando ao Napo, reconheceram serem infundadas as informações colhidas anteriormente. Áquela altura, ante a correnteza do rio, tornou-se impossível o retorno, optando Orellana pela continuação da viagem, no que foi contestado por frei Gaspar de Carvajal e Fernão Sanchez de Vargas, desembarcado e abandonado em uma das margens do rio.
Do Napo, o bergantim desceu o Marañon, passando pelos rios Negro, Madeira e Nhamundá, a 3, 10 e 23 de junho de 1542, respectivamente as datas de suas descobertas. 
Neste último rio, segundo a tradição, os expedicionários teriam sido atacados pelas Amazonas, célebres e temíveis guerreiras.
Ao atingir o Atlântico, o bergantim aportou à ilha Margarita, de onde velejou para a Espanha. 
Por seu notável feito Orellana recebeu de Carlos V o titulo de Adelantado, bem como as terras recém-descobertas, logo chamadas de Nueva Andaluzia.
Para a sua colonização Orellana armou três navios com uma equipagem de quinhentos homens. Partiu de San Lucar de Barrameda, a 11 de maio de 1543, e escalou em Cabo Verde e nas Canárias, onde os tripulantes foram acometidos de peste, com a morte de 98 homens e a deserção de outros 127.
Finalmente, a 20 de dezembro de 1543, chegaram os expedicionários à foz do rio Amazonas, onde faleceu Orellana, à procura de um local para estabelecer-se. Com a sua morte os remanescentes da expedição foram ter à ilha Margarita, povoando-a.

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