Em nosso quadro de associados figura nosso ilustre amigo, Dr. Antônio José Souto Loureiro, referência em história da região amazônica. Membro da Academia Amazonense de Letras, do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas além de outras instituições acadêmicas e de alto valor intelectual. É nosso mais antigo associado estando presente em nossas reuniões desde a década de 70.
Segue abaixo o texto retirado de seu livro, O Livro dos Selos da Amazônia brasileira (2016).
COMEMORATIVO Nº178: 4º CENTENÁRIO DO DESCOBRIMENTO DO RIO AMAZONAS (1542-1943) – EMISSÃO DE 19/03/1943
Foi o primeiro selo comemorativo brasileiro usando o novo sistema monetário denominado de Cruzeiro, sendo emitido a 19 de março de 1943, no valor de Cr$ 0,40 (quarenta centavos). Trouxe o mapa da região Amazônica, com a Bacia do rio Amazonas e seus principais afluentes, sendo na cor ocre.
Em 1539, o Peru ainda não se encontrava sob o domínio da Coroa Espanhola e Francisco Pizarro era senhor absoluto do Império Inca. O País da Canela, rico desta especiaria, localizado além dos Andes convidava-o a novas aventuras.
As idéias de sua conquista levaram-no a ordenar o aprestamento de uma expedição em Cuzco, confiada a seu irmão Gonçalo Pizarro. Ali duzentos homens foram recrutados e noventa mil cruzados dispendidos em preparativos à realização da empreitada.
No Natal de 1539, já em Quito, contando com a ajuda do governador Pedro de Puelles, Gonçalo conseguiu formar uma tropa de 340 espanhóis, 4.000 indios e 150 cavalos, com a qual partiu rumo ao Oriente desconhecido. Em Guayaquil, de que fora um dos fundadores, ainda se encontrava Francisco Orellana, espanhol de Trujillo, nascido em 1511 e aparentado dos Pizarro. Um ano após a partida de Gonçalo foi encontrá-lo às margens do Zimaco, acompanhado de 23 soldados. A marcha prosseguiu e, ao atingirem o rio Coca, foi providenciada a construção de um bergantim e de quatro canoas. Ali foram informados da existência, mais abaixo, de terras povoadas, ricas em ouro e mantimentos, que já escasseavam. Embarcados no bergantim e sob o comando de Orellana, foram destacados cinquenta homens armados para conquistar a região do rio Napo, onde deveriam estabelecer uma guarnição e retornar para buscar os restantes.
FRANCISCO ORELLANA DESCE
O AMAZONAS
Era o dia 2 de fevereiro do ano de 1542.
Chegando ao Napo, reconheceram serem infundadas as informações colhidas anteriormente. Áquela altura, ante a correnteza do rio, tornou-se impossível o retorno, optando Orellana pela continuação da viagem, no que foi contestado por frei Gaspar de Carvajal e Fernão Sanchez de Vargas, desembarcado e abandonado em uma das margens do rio.
Do Napo, o bergantim desceu o Marañon, passando pelos rios Negro, Madeira e Nhamundá, a 3, 10 e 23 de junho de 1542, respectivamente as datas de suas descobertas.
Neste último rio, segundo a tradição, os expedicionários teriam sido atacados pelas Amazonas, célebres e temíveis guerreiras.
Ao atingir o Atlântico, o bergantim aportou à ilha Margarita, de onde velejou para a Espanha.
Por seu notável feito Orellana recebeu de Carlos V o titulo de Adelantado, bem como as terras recém-descobertas, logo chamadas de Nueva Andaluzia.
Para a sua colonização Orellana armou três navios com uma equipagem de quinhentos homens. Partiu de San Lucar de Barrameda, a 11 de maio de 1543, e escalou em Cabo Verde e nas Canárias, onde os tripulantes foram acometidos de peste, com a morte de 98 homens e a deserção de outros 127.
Finalmente, a 20 de dezembro de 1543, chegaram os expedicionários à foz do rio Amazonas, onde faleceu Orellana, à procura de um local para estabelecer-se. Com a sua morte os remanescentes da expedição foram ter à ilha Margarita, povoando-a.
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Bela pesquisa amigo Adriel.
ResponderExcluirA pesquisa é de nosso sócio, Dr. Antônio Loureiro
ExcluirParabéns 👏
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