sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

169 anos da inauguração da Província do Amazonas

Feliz ano novo! Dando início as publicações de nosso blog deste ano, publicamos logo abaixo, o texto produzido por nosso associado, Adriel França, em alusão a comemoração da data de hoje. Primeiro falaremos dos antecedentes com trecho do livro "O Amazonas na época Imperial" de nosso sócio, Dr. Antônio Loureiro, e logo mais, o texto de Adriel França.

-Antecedentes:


Pela lei nº 582 de 5 de setembro de 1850, proposta pelo deputado, João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha e levada ao Imperador, para sanção, pelo primeiro ministro José da Costa Carvalho, marquês de Monte Alegre, a Comarca do Alto Amazonas foi elevada a categoria de Província, tendo por limites e extensão os mesmos da antiga Comarca do Rio Negro. A capital seria a cidade de Nossa Senhora Conceição da Barra do Rio Negro, erroneamente denominada de vila da Barra do  Rio Negro, naquele documento, pois já recebera a graduação de cidade desde 1848. A nova unidade daria um senador e um deputado à Assembleia Geral, e a sua Assembleia Legislativa teria vinte membros [...]

Seu primeiro presidente foi João Batista F. Tenreiro Aranha, nomeado por carta imperial de 7 de junho de 1851[..]

A Província foi instalada em 1° de janeiro de 1852, após a posse de seu Presidente, e dos cinco vice-presidente e dos novos funcionários, com as festas de praxe e dois atos religiosos, o de ação de graças, na capela do seminário, e o Te Deum Laudamus, na Igreja dos Remédios, pois a velha matriz incendiara-se em 1850.


trecho retirado do livro: O Amazonas na época Imperial de nosso

associado, Dr. Antônio Loureiro

- Uma data esquecida:


Por Adriel França; Autor do projeto "Guerreiros do Amazonas"
Jornal do Commercio edição de 04/01/2020

Uma data importante para o Amazonas, mas nunca comemorada devido às festas pela chegada do novo ano é o 1º de janeiro. Numa sessão especial, em 1852, num casarão na rua da Instalação (a rua recebeu este nome em homenagem ao ato histórico que ali ocorreu) o paraense João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha instalou a província do Amazonas. Na ocasião, Tenreiro Aranha tomou posse como o primeiro presidente (hoje governador) da província (hoje estado) junto com seus cinco vice-presidentes, além de outros funcionários que iriam compor o corpo administrativo.

Seis meses antes, em 7 de junho de 1851, D. Pedro II assinara a carta de nomeação de Tenreiro Aranha e, nove meses antes, a província do Amazonas fora criada pelo decreto imperial n° 582, de 5 de setembro de 1850, esta data sim, comemorada até os dias de hoje. O paraense foi defensor árduo da criação da província amazonense, estando envolvido nos atos revolucionários de 1832, que tentaram por um momento criar a província do Rio Negro, mas sem sucesso.

Tenreiro Aranha saiu de Belém a 10 de dezembro de 1851, chegando a então cidade de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro, hoje Manaus, no dia 27. Veio com sua comitiva a bordo do navio Guapiaçu, o mesmo que, em 28 de julho de 1843, inaugurou a navegação a vapor nos rios do Amazonas, com o trajeto Belém-Manaus.

Tenreiro era um visionário. É de sua autoria a “Planta da Cidade de Manaós”, que mostra com detalhes a geografia de nossa cidade naquela época, mapa este que está guardado no Arquivo Nacional, doado pelo seu filho Bento Aranha. Como uma das medidas para impulsionar o desenvolvimento da região, Aranha elaborou um projeto que deu origem à lei que estabelecia a navegação a vapor no Amazonas, abrindo o comércio da província para outros países.

O presidente teve de lutar contra os senhores do comércio. Tentou implantar a pecuária, estabelecer a lavoura do café, cacau, algodão e outros. Incentivou a imprensa com a criação do primeiro jornal amazonense, o ‘Cinco de Setembro’, usando o jornal como veículo para as notícias e assuntos do governo provincial. Augusto Aguiar, presidente da província do Pará, teria dito a Tenreiro, “atente bem às minhas recomendações especiais uma vez que será preciso fazer-se de tudo, pois pouco há nessa região, ou quase nada”.

Tenreiro Aranha exerceu o cargo de presidente por poucos meses, de 1º de janeiro de 1852 a 27 de junho do mesmo ano, tempo insuficiente para aplicar as grandes mudanças que pensara e planejara para a nova província, mas deixou um ideal plantado, para que seus sucessores pudessem fazer com que a província e depois Estado do Amazonas prosperasse. Aranha teve uma trágica morte, em Belém, vitimado por um incêndio que consumiu o lugar onde repousava, isso no ano de 1861, mas seu nome, seus feitos e seu ideal não serão esquecidos na terra pela qual lutou, estando eternizado no monumento em sua homenagem na praça 5 de Setembro, popularmente conhecida como praça da Saudade.



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